quarta-feira, 24 de maio de 2017

Bancada do PMDB deve decidir até a próxima terça se Renan segue na liderança

O senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado).
Parlamentares se reuniram nesta quarta e relatam desconforto com posicionamentos de senador alagoano contrários ao governo do presidente Michel Temer.

Por Gustavo Garcia, G1, Brasília

Em uma breve reunião na noite desta quarta-feira (24), os senadores do PMDB estabeleceram a próxima terça-feira (30) como data-limite para definir se Renan Calheiros (PMDB-AL) permanecerá no posto de líder da bancada. 

O PMDB forma a maior bancada do Senado, com 22 parlamentares, e colegas de Renan têm relatado desconforto com os posicionamentos que ele tem adotado contrários às reformas da Previdência e trabalhista, propostas pelo governo, e ao próprio presidente Michel Temer. Ao todo, participaram da reunião da noite desta quarta 14 senadores do PMDB, entre eles o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). 

Na sessão desta quarta do Senado, Renan discutiu com Romero Jucá (PMDB-RR) e chegou a bater-boca com Waldemir Moka (PMDB-MS), a quem acusou de ser "puxa-saco" do governo Temer. Moka, por sua vez, disse que Renan "há muito tempo não fala mais como líder da bancada". 

O que dizem os senadores Após a reunião, Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse achar difícil que Renan permaneça na liderança do PMDB no Senado se mantiver a postura de confronto com o Palácio do Planalto. "Eu acho difícil a permanência dele. Eu disse a ele, ele não está entendendo a representatividade da bancada. 

A bancada majoritariamente não está se sentindo representada por ele na hora que ele se insurge contra as reformas", disse Garibaldi. 

Em seguida, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), também presente à reunião da bancada, disse que os colegas de partido estão "bem posicionados" sobre a questão de que "o líder tem sempre que representar o pensamento da maioria". "[Se Renan] decidir representar o pensamento da maioria, sem nenhum confronto, ele poderá ter a chance de permanecer na liderança. 

Mas, se ele quiser colocar o pensamento dele se sobrepondo a outros, eu acho difícil que permaneça", acrescentou. Romero Jucá, por sua vez, disse que a permanência de Renan na liderança não é uma questão de "governo" e acrescentou que a bancada do PMDB vai discutir o assunto com "muita tranquilidade". 

De acordo com o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, um possível nome para substituir Renan seria o do senador Raimundo Lira (PMDB-PB) que, no começo do ano, quis assumir a função, mas foi derrotado pelo atual líder. 'Botar canga' Após a reunião, Renan foi procurado para comentar o assunto e disse não saber se a insatisfação da bancada é com ele ou com o governo do presidente Michel Temer. "A mais difícil missão do líder é interpretar o sentimento de cada um dos senadores", disse. 

O líder acrescentou, ainda, que ninguém vai "botar canga" nele. "Você acha que alguém vai botar canga em mim?", questionou. A expressão "botar canga" é utilizada principalmente em estados da Região Nordeste como sinônimo de "dominação" e "opressão"

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