quarta-feira, 30 de maio de 2018

Petroleiros iniciam greve de 72 horas nas refinarias, diz federação

Greve de petroleiros na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense (Foto: Marcos de Paula / Agencia O Globo )
Protesto em refinarias:
Petroleiros dizem que greve não ameaça abastecimento.
Sindicato diz que paralisação atinge 6 refinarias, mas que há estoque.
Federação Única dos Petroleiros diz que paralisação atinge refinarias de SP, MG, PR, RS, AM e PE, mas que não há risco de desabastecimento. Na véspera, TST declarou a greve abusiva.
Por G1
Greve de petroleiros na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense (Foto: Marcos de Paula / Agencia O Globo )
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) iniciou na madrugada desta quarta-feira (30) uma greve de 72h pelo país. Na véspera, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) considerou o movimento abusivo e estipulou multa de R$ 500 mil por dia aos sindicatos, após ação ajuizada pela Petrobras e a Advocacia-Geral da União (AGU). Em entrevista durante a tarde no Palácio do Planalto, a advogada-geral União Grace Mendonça informou que o governo pediu para ampliar a multa para R$ 5 milhões por dia para petroleiros que iniciaram uma paralisação.

Em comunicado, publicado pouco depois da 1h, a FUP relata que os funcionários “não entraram para trabalhar” em refinarias de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas e Pernambuco. Segundo a federação, a greve prosseguirá até a meia noite de sexta-feira (1) nas bases operacionais e administrativas dos 13 sindicatos que integram a FUP.

A FUP afirma, entretanto, que não há risco de desabastecimento ao país. "Os tanques das refinarias estão abarrotados de derivados de petróleo, em função dos protestos dos caminhoneiros. A nossa greve é para defender o Brasil, é para que os brasileiros paguem um preço justo pelo gás de cozinha e pelos combustíveis”, afirmou, em comunicado divulgado na página da federação o coordenador geral José Maria Range.

A maioria dos sindicatos informou que, apesar da paralisação, a greve não está afetando a produção. Algumas entidades citam adesão parcial dos trabalhadores, enquanto outros indicam que funcionários extras foram convocados para não haver comprometimento na produção.

Procurada pelo G1, a Petrobras afirmou que o pedido feito pela Petrobras e pela Advocacia-Geral da União ao TST foi "considerando o contexto nacional e a necessidade de retomada do abastecimento de combustíveis o mais breve possível

"Hoje, 30/5, foram registradas paralisações pontuais em algumas unidades operacionais. Equipes de contingência estão atuando onde necessário e não há impacto na produção", informou o comunicado enviado pela Petrobras.

Petroleiros iniciam greve de 72 horas nas refinarias
Segundo a FUP, a paralisação acontece nos seguintes terminais: Reman (AM), Abreu e Lima (PE), Regap (MG), Duque de Caxias (Reduc, RJ), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX). Também não houve troca dos turnos, segundo a FUP, nos terminais de Suape (PE), Paranaguá (PR) e Bacia de Campos (RJ).

Os petroleiros decidiram parar as atividades em solidariedade ao movimento dos caminhoneiros e para pedir a destituição de Pedro Parente do comando da estatal, entre outras reivindicações. A categoria pede a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, através de mudanças imediatas na política de reajuste de derivados da Petrobras.

Em Canoas, no Rio Grande do Sul, um grupo de manifestantes entrou em confronto com a Brigada Militar, em frente à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Nas imediações da Refap, foram lançadas bombas de efeito moral pela Brigada Militar em direção aos manifestantes, por volta de 7h30. Segundo informou o coronel Eduardo Amorim do Comando de Policiamento Metropolitano, manifestantes que bloqueavam a BR-116 foram retirados e levados para a calçada em frente à entrada da refinaria.

Petroleiros cruzam os braços em São José dos Campos
Segundo sindicalistas, impactos na produção de petróleo somente ocorrerão por decisão da própria empresa, em uma situação de emergência, para garantir a segurança.

"A produção (de petróleo) só para se for a pedido da Petrobras", informou Tezeu Bezerra, coordenador-geral do Sindipetro-Norte Fluminense, que representa os funcionários na Bacia de Campos, à Reuters. Bezerra ainda alertou que uma greve maior poderá ser marcada mais adiante.

Liminar
A ministra Maria de Assis Calsing, do TST, concedeu liminar (decisão provisória) na qual classifica como "aparentemente abusivo" o caráter da greve de 72 horas de funcionários da Petrobras. "Defiro parcialmente o pedido para que, diante do caráter aparentemente abusivo da greve e dos graves danos que dela podem advir, determinar aos Suscitados que se abstenham de paralisar suas atividades no âmbito da Petrobras e de suas subsidiárias, nos dias 30 e 31 de maio e 1.º de junho de 2018 e de impedir o livre trânsito de bens e pessoas".

Post no Facebook da FUP
A greve nacional dos petroleiros contra a política de preços de derivados da Petrobrás começou aos primeiros minutos desta quarta-feira, 30, em diversas refinarias e terminais da empresa.

Os trabalhadores não entraram para trabalhar nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).

Também não houve troca dos turnos nas refinarias de Suape (PE) e Paranaguá (PR).

Na Bacia de Campos, as informações iniciais eram de que os trabalhadores também aderiram à greve em diversas plataformas.

O movimento prossegue pela manhã, quando estão previstas paralisações nas demais bases do Sistema Petrobrás.

Também nesta quarta-feira, 30, serão realizados atos e manifestações em apoio e em solidariedade à luta dos petroleiros contra a política de preços imposta pelo presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que gerou uma escalada de aumentos abusivos no gás de cozinha e nos combustíveis.
Petroleiros iniciam greve em frente à refinaria em Cubatão, SP. (Foto: Nina Barbosa/G1)
Impacto da greve dos petroleiros
Na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, a movimentação de caminhões de combustíveis também acontece normalmente nesta manhã. Segundo o diretor do Sindspetro Caxias, Luciano Leite, apenas alguns petroleiros aderiram ao movimento e a refinaria opera normalmente. "As empresas já chamaram funcionários extras para não comprometer a produção", informou Leite.

Nas plataformas da Bacia de Campos, do terminal de Cabiúnas e bases de terra, também trabalhadores participam da paralisação. Segundo a Reuters, o coordenador de Comunicação do Sindipetro-Norte Fluminense, Francisco Oliveira, informou que um total de seis plataformas de produção em Campos estão "totalmente paralisadas", sendo que três já estavam em manutenção e as demais pararam em função da greve. O sindicalista não soube informar quais as unidades estão paradas e ainda explicou que, ao aderir a greve, os funcionários entregam a operação das unidades a equipes de contingência. "A gente tem uma responsabilidade muito grande em um movimento como esse, de entregar [a operação] à Petrobras, mas entregar com segurança".

Em Minas Gerais, o coordenador do sindicato da categoria, Anselmo Braga, informou que a Refinaria Gabriel Passos (Regap) está funcionando. Mais cedo, ele havia dito também que os funcionários estavam sendo impedidos de entrar no local. Depois, ele corrigiu a informação e disse que a paralisação era espontânea.

O Sindipetro, em Paulínia, informou às 8h desta quarta-feira que não foi informado sobre a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que proíbe a greve iniciada e diz que cumpriu todas as prerrogativas legais do início de uma paralisação. Os grevistas estão abordando os funcionários que chegam à Replan em ônibus fretados para convencê-los a não entrar na refinaria.

Alguns estão descendo dos ônibus e outros seguem para dentro da refinaria. Os veículos não estão sendo impedidos de entrar pelos grevistas. Por volta das 7h15 desta quarta-feira (30), um caminhão com botijões de gás deixou a refinaria sem escolta. Cinco carretas de transporte de combustível entraram na refinaria antes das 7h. Os veículos são de uma mesma rede de postos em rodovias.

Trabalhadores da Refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos (SP) se concentraram em frente à portaria da unidade e participaram de uma assembleia. Durante a paralisação, um mínimo de efetivo deve continuar trabalhando por questões de segurança, pois a refinaria não pode ficar parada.

Petroleiros fizeram um ato pacífico em frente à Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco. Segundo Rogério Almeida, coordenador do Sindpetro PE/PB, a adesão ao movimento grevista é parcial e não afeta a produção. “Não estamos barrando quem quiser trabalhar, mas a adesão dos operadores, que são os que mantêm a refinaria funcionando, é de 100%. Alguns funcionários do administrativo também aderiram à mobilização”, disse Almeida.

Na Bahia, a paralisação começou com atos na sede da estatal, no bairro da Pituba, em Salvador. Há também concentrações de trabalhadores na Refinaria Landulpho Alves (Rlam), no Polo Petroquímico de Camaçari; na sede da Transpetro, em Madre de Deus; e no Campo Petrolífero Miranga, em Pojuca. Segundo Radiovaldo Costa, diretor do Sindipetro Bahia, por se tratar de uma greve por tempo determinado, as mobilizações não irão provocar a paralisação total da produção, mas um controle nas atividades.

O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) realiza um protesto na entrada da sede da Petrobras, na Reta da Penha. Segundo o diretor do Sindipetro-ES, Valnisio Hoffman, a paralisação não vai afetar a população. "As unidades estão fazendo cortes de rendição e os trabalhadores não entram. Mas quem continua lá dentro está produzindo. Não terá nenhum prejuízo para a população", disse.

O sindicato da categoria no Sergipe informou que há concentrações de trabalhadores em greve na unidade Tecarmo, na Zona de Expansão de Aracaju; na sede da Petrobras, na Rua Acre, também na capital; na Fábrica de Fertilizantes (Fafen), em Laranjeiras; e na unidade de Carmópolis. Nesses locais, apenas os terceirizados estão trabalhando.

No Rio Grande do Norte, a coordenação do sindicato informou que 100% dos petroleiros, sejam funcionários da Petrobras ou de empresas privadas, cruzaram os braços logo. O ato não prejudica diretamente a produção automatizada, mas os serviços que dependem de atuação humana direta devem ficar prejudicados.

Cerca de 340 trabalhadores da refinaria da Petrobras localizada na Zona Sul de Manaus aderiram à mobilização, segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo no Amazonas (Sindipetro-AM). A paralisação não afeta a distribuição.

As três unidades da Petrobras no Paraná e as cinco unidades da empresa em Santa Catarina estão com paralisação. O secretário de assuntos jurídicos do Sindipetro, Roni Barbosa, informou que 90% dos trabalhadores aderiram à greve.

Em Alagoas, cerca de 90% dos trabalhadores do setor administrativo das estações da Petrobras de todo o estado paralisaram as atividades, segundo informou o dirigente do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro), Mário César. O sindicato afirma que, apesar da greve, a produção nas estações não está sendo afetada.

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