sábado, 6 de outubro de 2018

Mortos por terremoto e tsunami na Indonésia passam de 1.600

Operações de resgate continuam em cidades devastadas na ilha de Sulawesi.
As equipes de resgate continuavam, neste sábado (6), as buscas na ilha indonésia de Celebes, onde temem a propagação de doenças pelos muitos corpos sob os escombros oito dias após o terremoto seguido de tsunami que matou pelo menos 1.649 pessoas, de acordo com um novo balanço oficial.

As esperanças de encontrar sobreviventes diminuem, mas as autoridades ainda não suspenderam oficialmente as buscas. Estima-se que haja mais de mil pessoas desaparecidas em Palu, uma cidade de 350 mil habitantes na costa oeste da ilha.

As equipes de resgate temem que sob os escombros de Petobo e Balaora, dois bairros de Palu completamente destruídos, existam numerosos corpos em decomposição.

"A maioria dos corpos que foram encontrados não estão completos, e isso é um problema para os socorristas. Devemos prestar muita atenção para evitar qualquer contaminação", explicou Yusuf Latif, um porta-voz da agência nacional de busca e resgate.

O ministro da Segurança, o general Wiranto, declarou que as áreas mais afetadas deverão se tornar cemitérios coletivos.

"Devemos tomar uma decisão sobre quando parar as buscas por pessoas mortas. E então, teremos que decidir quando as áreas serão declaradas cemitérios coletivos", disse ele a repórteres na noite de sexta-feira.

No vasto complexo residencial governamental de Balaora, onde os prédios desabaram, soldados protegidos por máscaras escalavam os escombros que formam uma montanha de lama, tijolos e cimento.

"Não há sobreviventes aqui, só encontramos corpos", declarou o sargento Syafaruddin, perto das ruínas de uma escola islâmica.

Outros socorristas analisavam as imagens das câmeras de segurança do hotel Roa-Roa, reduzido a nada, para tentar adivinhar onde seus clientes poderiam estar enterrados.

Milhares de sobreviventes continuam a deixar Palu, onde os hospitais estão sobrecarregados e carecem de tudo, para ir às cidades vizinhas. A ONG Medical Project HOPE explicou que apenas dois de seus 82 funcionários em Palu puderam se apresentar desde o terremoto.

"Ainda não sabemos o destino dos médicos, enfermeiros e técnicos que costumam trabalhar na clínica".

Quatro bebês nasceram em um hospital flutuante administrado pela Marinha da Indonésia e atracado em Palu, informou a mídia local.

O calvário de Palu
A polícia, que inicialmente havia permitido o saque de lojas para os sobreviventes, deixou de tolerar tal ação e começou a prender os saqueadores.

Centenas de pessoas se apressaram neste sábado quando um caminhão chegou com botijões de gás de cozinha. Um supermercado que havia aberto suas portas recusou a entrada de clientes e entregou-lhes as mercadorias na entrada, sob o olhar de soldados armados.

Um comboio de 500 caminhões carregados de alimentos e produtos básicos se dirigia para Palu, anunciou o ministro indonésio da Agricultura, Amran Sulaiman, na cidade em ruínas.

"O calvário de Palu afeta a todos nós e é por isso que todos tentam ajudar", disse ele.

A ONU declarou na sexta-feira (5) que está buscando US$ 50,5 milhões para lançar um plano de "atividades de resgate imediato" desenvolvido com as autoridades indonésias.

O objetivo, segundo a ONU, é ajudar 191 mil pessoas nos próximos três meses. A dupla catástrofe causou danos a 65 mil casas, das quais 10 mil foram completamente destruídas pelo tsunami e 15 mil danificadas pelo terremoto.

Após longos dias de espera, a ajuda internacional começava a chegar à zona do desastre. Seu transporte era difícil porque o pequeno aeroporto de Palu é capaz de receber um número limitado de voos.


A Oxfam enviou unidades de tratamento de água e equipes de resgate suíças fornecem água potável e abrigos de emergência, de acordo com comunicados publicados neste sábado.

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